O governador Carlos Brandão repudiou nesta quinta-feira, 16, em suas redes sociais, ataques ao ministro Flavio Dino feitos por representantes da extrema direita.
Segundo Dino, a visita ocorreu a convite da ONG Redes da Maré. O encontro foi realizado no chamado Galpão Ritma, uma das sedes da ONG, e na ocasião foi divulgada a 7ª edição do Boletim Direito à Segurança Pública da Maré. O galpão fica no Parque Maré, na rua Teixeira Ribeiro, distante cinco metros da avenida Brasil, uma das principais vias expressas da cidade.
A agenda do ministro na Maré passou a ser alvo de críticas de parlamentares da oposição, sobretudo bolsonaristas.
Nesta quarta (15), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por exemplo, publicou nas redes sociais um vídeo que mostra a visita do ministro. Na postagem, Eduardo afirma que Flávio Dino entrou no “complexo de favelas mais armado do Rio com apenas dois carros e sem trocar tiros”, o que, segundo ele, mostraria um suposto envolvimento do ministro com o crime.
Segundo informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Militar e a Polícia Civil participaram da segurança do ministro e de outros integrantes da pasta à Maré. Em nota, a Polícia Federal também confirma que fez a segurança do ministro na ocasião.
Pessoas ouvidas pela Folha disseram que o ministro foi escoltado por agentes da Polícia Federal, que não estavam uniformizados.
A PRF disse que ajudou na segurança no acesso ao Complexo da Maré, que fica próximo ao local onde o ministro estava, e também não estava uniformizada.
Nas imagens divulgadas nas redes sociais é possível ver uma viatura da Polícia Militar na esquina da rua que dá acesso ao galpão. O ministro desce de um carro que segue atrás de outro veículo, do mesmo modelo. Ao descer, Dino é cercado por três homens de terno —dois descem do veículo que seguia à frente.
Após a publicação de Eduardo Bolsonaro, Flávio Dino rebateu o que chamou de tentativa de criminalizar sua visita a uma favela.
“Soube que representantes da extrema-direita reiteraram seu ódio a lugares onde moram os mais pobres. Essa gente sem decoro não vai me impedir de ouvir a voz de quem mais precisa do Estado. Não tenho medo de gritos de milicianos nem de milicianinhos”, escreveu o ministro nas redes sociais. Na postagem, ele divulgou uma foto da reunião com os líderes comunitários.
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